O artista mexicano Alejandro Nolasco fez uma viagem pela América Latina durante quatro anos, saindo do México, passando por vários lugares até chegar no Rio de Janeiro, onde estava acontecendo a Copa do Mundo de 2014. Conta que chegou aqui com um amigo, fazendo música, com alguns reais no bolso, mas com muita gana de conhecer e de viver essa experiência. Depois disso, já faz oito anos que reside na cidade, e agora trabalha com sua arte.
Em seu país de origem, Alejandro trabalhava na área de gastronomia, a definindo como “arte-culinária”. Era chefe de cozinha e conseguiu juntar dinheiro e conhecer pessoas viajantes que o motivaram a sair do México. “E aí, a partir dessa grana que eu juntei, me animei pra sair de viagem. As histórias das pessoas que eu conhecia e como eles conseguiam se manter numa viagem por muito tempo, fazendo algo que gostavam, mudaram meu pensamento”. Trabalhou com música ao longo desse tempo.
Atualmente, Alejandro tem ateliê instalado no Colab 11B, espaço colaborativo com diversos projetos, incluindo o restaurante de gastronomia mexicana Chilitos, localizado no Morro da Conceição, no bairro da Saúde. Sobre seu trabalho com artesanias, comenta que tenta incluir sua mexicanidade nas peças que faz, com muitas imagens alusivas da cultura mexicana. Sua produção pictórica tem influência de alguns artistas, como Rufino Tamayo e Diego Rivera.
Ele comercializa seu trabalho em feiras livres, como a Feira da Glória, e também no próprio ateliê. Conta que no trabalho com artesanias, mistura várias técnicas que foi aprendendo durante a viagem que realizou até chegar no Brasil, resultando em peças que juntam materiais como prata, pedras preciosas e macramê. O artista começou recentemente a trabalhar com cerâmica também.
“O que eu mais gosto no meu trabalho é a liberdade na hora da criação e na carga horária. Quando eu quero parar, vejo que já está bom pra mim, eu simplesmente me levanto da cadeira e vou pra rua, vou pra casa, vou para um compromisso, vou pra praia”, ele diz.
