O artista colombiano Vitico Giraldo trabalhava com artesanato em seu país de origem. Viajou pela América Latina e desejava dar a volta completa pelo continente. Mas quando chegou ao Rio de Janeiro, fixou moradia na cidade, se envolvendo profissionalmente com a música e desenvolvendo a banda Songoro Cosongo – o grupo começou a crescer muito, com repertório trazendo várias influências musicais.
Além de musicista em grupos e bandas, Vitico também trabalha construindo instrumentos de percussão, oferecendo oficinas e desenvolvendo projetos individuais. Foi professor do grupo Bésame Mucho, bloco latino-americano do carnaval de rua do Rio.
Comenta que a banda Songoro Cosongo começou em 2005, quando ele, um venezuelano e outro colombiano foram morar juntos numa mesma casa. Começaram a se reunir para tocar na rua e conheceram outro amigo chileno. Essa foi a primeira formação da banda e outras pessoas foram se integrando. A diversidade musical do Songoro Cosongo era bem expressiva, pois tocavam frevo, maracatu, salsa e cumbia, em produções autorais com a influência de cada participante, refletindo seus lugares de origem. O grupo ganhou editais do CCBB em Brasília e em outras cidades. Trouxeram nomes importantes, como João Donato e Cassin.
Atualmente, é percussionista e voz da banda latino-americana Saoko, que tem no repertório cumbia e salsa cubana, porto-riquenha e colombiana. Também faz parte da orquestra Fanfarrada, circulando em várias comunidades do Rio de Janeiro fazendo cortejos, apresentações e oficinas.
Vitico conta que o maior desafio de sua profissão é ser um artista autossuficiente na cidade.
“O Rio de Janeiro tem abertura para outras expressões culturais, mas ao mesmo tempo é também fechado para outras informações. Por exemplo, no Nordeste, o carimbó passou por um lento processo de reconhecimento. O desafio é esse, uma política de integração cultural”.