A DJ, documentarista, fotógrafa, editora e realizadora de rádio colombiana Silvie Ojeda comenta que decidiu fixar residência na cidade do Rio de Janeiro por conta do seu filho e também pelo acordo com o Mercosul, que permitiu que ela trabalhasse mais facilmente por aqui. Também gostava muito do universo musical brasileiro e tinha interesse em continuar seu trabalho com os direitos humanos, iniciado na Colômbia.
Silvie Ojeda começou a trabalhar em uma ONG que lidava com as vítimas das minas antipessoal. Um dos projetos da instituição estava na região sul do Departamento de Bolívar, que se chama Montes de Maria. Atualmente, escreve um projeto com amigos sobre como a recuperação das práticas culturais ajudam as comunidades a retornar aos territórios dos quais foram retiradas no processo de remoção de minas, e, ao mesmo tempo, viaja gravando entrevistas em áudios e vídeos em torno deste tema.
Das motivações para iniciar seus trabalhos com os direitos humanos, Silvie conta que vem da trajetória familiar. Desde criança, a entrevistada cresceu consciente da questão armada na Colômbia. Sua família não escondeu essa realidade, acreditando que poderiam transformar o mundo sem recorrer à luta armada. A avó foi gestora do voto feminino e a primeira prefeita mulher na Colômbia.
Silvie é co-fundadora da Mixticius, uma rádio colombiana que nasceu dos registros feitos nas comunidades que desenvolvia seus projetos. Ela também atua como DJ. Comenta que sempre trabalhou e fez eventos, mas como mãe solo dedicou maior parte do seu tempo à ONG. E acabou por se demitir para continuar trabalhando com uma maior multiplicidade de frentes. Fala que sempre toca na festa Manie Dansante e em festas de vinil, no Rio de Janeiro. No repertório, muita cumbia e outros ritmos da Colômbia e da América Latina!