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“O que mais gosto no meu trabalho é a capacidade de surpreender as pessoas”.

A profissional da dança colombiana Natalia Gonzalez morou um tempo em Letícia, capital da Amazônia colombiana, onde trabalhou dois meses como voluntária. De lá, pegou um navio para o Brasil e chegou ao Rio um ano depois disso, ficando em outros lugares antes. Ela chegou em 2018.

Ela queria conhecer o Brasil e aprender português. Decidiu ficar no Rio pois encontrou um trabalho voluntário que tinha algumas condições que lhe permitiram criar uma base na cidade. Foi convivendo com as pessoas e eventualmente conheceu seu atual parceiro. Natalia se formou em artes visuais na Colômbia. Dançou principalmente com duas companhias de dança folclórica em Cali e fez algumas turnês com esses grupos. Ela já tinha uma formação básica de vários ritmos da dança tradicional/popular da Colômbia.

Ela comenta que uma das coisas que mais gosta em seu trabalho é a construção coletiva. “É muito interessante construir coisas com outras pessoas apesar das diferenças. É interessante ver o amadurecimento de alguns trabalhos e propostas, permitindo ver outros caminhos de pesquisa, ver a arte como um método de pesquisa. Isso dá muito sentido a minha vida. Achar outras pessoas que também estão interessadas nessas perguntas é também muito satisfatório eu meu trabalho como migrante na área artística no Rio de Janeiro”.

Natalia criou em conjunto o grupo Dança Colombiana no Rio de Janeiro. Queriam que fosse algo bem explícito, a começar pelo nome, para que as pessoas entendessem sobre o que era. Eles se reuniam no Parque do Flamengo, aos finais de semana, durante duas horas, e ali ensaiavam. Ela tem algumas saias e, na época, uma caixinha de som. Começaram a fazer um processo de dança formativo com danças do litoral atlântico, do caribe colombiano, do Pacífico e algumas danças do interior. 

Depois, em 2019, nasce o projeto Magdas Migram, em uma ideia que surge a partir de uma aproximação que as integrantes atuais, e algumas que não estão mais, tiveram com a metodologia do Teatro do Oprimido e do Teatro das Oprimidas, a qual foi, num primeiro momento, pesquisada e sistematizada pelo Augusto Boal e, posteriormente, tem como desdobramento o Teatro das Oprimidas, o qual é desenvolvido no Brasil e em outros países do continente. A metodologia usa o teatro como ferramenta para questionar temas sociais dentro da sociedade onde estamos. Trabalha um olhar da realidade, realizando uma análise criteriosa dos meios de comunicação. É um campo de estudos que tem várias ferramentas e diversas técnicas, entre elas, o teatro fórum. O teatro fórum busca apresentar uma pergunta para a platéia de forma atuada/representada. O objetivo é colocar questões da vida real que as pessoas que fazem parte do grupo vivenciam. 

A partir disso, constituíram um grupo de mulheres migrantes, principalmente de países latino-americanos. “Magdas Migram é um coletivo de mulheres migrantes do sul global, basicamente de pessoas da América Latina, falantes de espanhol, que agora está se expandindo para outros corpos. Agora tem pessoas dentro do coletivo que se identificam como não binárias. Estamos começando a se ver como um coletivo de mulheres e pessoas LGBTQIA+, com as mesmas características: migrantes, falantes de espanhol, latino-americanas. Começamos a construir uma peça a partir da técnica do teatro fórum, abordando o tema da xenofobia, resultando na peça Brasil, um país acolhedor, questionando a platéia ao mesmo tempo que pede para propor alternativas para mudar a realidade”, conta Natalia.

Sobre os desafios de sua profissão e de ser uma pessoa migrante, ela comenta que, como coordenadora dos espaços de dança e das Magdas Migram, ter que lidar com a instabilidade que a equipe possa vivenciar na cidade, enquanto pessoas migrantes, é uma questão, pois isso interfere na disponibilidade das pessoas, que priorizam seus trabalhos por questões financeiras. Isso influencia os resultados e a produção que um coletivo ou grupo tem. “Fazer um processo interessante acaba dependendo da frequência e de um trabalho constante. Tem outros desafios também, como o acesso a uma moradia digna, à educação. Apesar da educação ser gratuita, não são todos os migrantes que conseguem entrar nesses espaços”.

Grupos

que participa
Magdas Migram
@magdasmigram

Grupo de teatro composto por mulheres e pessoas LGBTQIA migrantes de diferentes territórios/países do Sul Global que moram no RJ. Buscam através do Teatro das Oprimidas, de suas estéticas feministas e de uma perspetiva decolonial dialogar com diversas culturas e interseções.

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Somos uma equipe de pesquisadorxs, artistas e agentes da cultura e estamos realizando um mapeamento de expressões culturais realizadas por imigrantes latino-americanos, residentes na cidade do Rio de Janeiro.

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