DJ Deseo

“O nome artístico DJ Deseo é exatamente para provocar um desejo no público. E minha pesquisa musical tem esse foco”, conta o chileno Camilo Tapia Flores, residente na cidade do Rio de Janeiro desde 2021. Pesquisa o estilo house e a música queer, se identificando como um artista queer latino-americano.

Camilo é de Santiago, capital do Chile. Graduado em jornalismo, atualmente é DJ e produtor cultural. Desde 2018, tem um blog onde publica sua pesquisa sobre artistas da música eletrônica latina. Tem desenvolvido trabalho constante na cena de música eletrônica carioca, sua principal fonte de renda na cidade. 

Comenta que seu estilo se baseia em artistas latinos que tocam músicas house, alguns mais folclóricos, outros mais orgânicos (sons da natureza), com letras em espanhol e mistura com ritmos da América Latina, como reggaeton e salsa (mais experimental). Camilo estreou como DJ na virada de 2017 para 2018. Tinha um amigo que era o único DJ de seu círculo social, então, ele ensinou o futuro DJ Deseo a tocar para revezar a discotecagem com ele nas festas.

Camilo sente que é mais fácil trabalhar como DJ aqui no Brasil, em comparação a sua cidade natal. Comenta que lá é preciso ser amigo de alguém com influência para conseguir um espaço, ao contrário do Rio, que já o apresentou várias oportunidades. Disse também que acredita que esses espaços cariocas podem ter sido abertos justamente pelo fato de ser chileno. Entre os lugares onde costuma tocar, tem residência no Hotel Selina, em Copacabana, e em festas undergrounds no centro da cidade e nas regiões da Gamboa e Zona Portuária.

Acredita que vender seu trabalho seja o principal desafio na profissão, pois o considera mais artístico, porém sente que também precisa se adaptar ao mercado. Para isso, está mais ativo em suas redes sociais, pois percebeu que o engajamento o torna mais conhecido e com isso, mais trabalhos aparecem.

“A cena de música eletrônica carioca respeita o artista, tem bons cachês e é muito bem posicionada mundialmente. Me sinto muito feliz por tocar no mesmo circuito que DJs que já acompanhava antes de começar a tocar. Destaco também o investimento que é feito nas festas daqui, como a Festa Rara, que proporciona uma experiência incrível para o público e também é uma forma de respeitar o trabalho dos artistas”.