O venezuelano Alexis Graterol é cantor, saxofonista, compositor, DJ, pesquisador e trabalha com projetos sociais no Rio de Janeiro. E por aqui, ele tem dois grupos musicais ativos: a banda latino-americana Saoko e a orquestra de salsa Mano a Mano – a última tem lugares fixos para apresentação na Gamboa (Mississipi Bar) e no Cosme Velho (Joe&Joe). Desde criança, Alexis já cantava e mostrava a que veio.
“O que mais gosto no meu trabalho é de ensaiar, principalmente porque você comunga com o grupo, e de produzir, de tocar, de mostrar os ritmos de outros países latino-americanos. Quando cheguei na cidade, esses ritmos ainda eram pouco conhecidos. Então ver o retorno do público é muito legal”.
Sua primeira vez no Brasil foi na cidade de Salvador. Queria treinar capoeira angola e estudar música de forma independente. Foi chamado para tocar numa festa no Rio de Janeiro e a partir daí, convencido a ficar na cidade, onde conheceu outros músicos e com eles montou o projeto Songoro Cosongo, em 2005. O projeto começou com dois colombianos na rua, mais um chileno que complementou o trabalho. Dois meses depois da conformação, o grupo já tinha 11 músicas autorais para gravar e ganhou outro músico argentino e mais dois brasileiros. Autofinanciaram a gravação de seu disco, que não teve outro tipo de apoio. Gravaram mais um álbum em 2008, com participação de João Donato e de Hugo Fattoruso, fazendo lançamento histórico no Circo Voador, quando a Orquestra Voadora ainda não era conhecida – eles abriram o show do grupo. E, não à toa, algumas pessoas falam que a Orquestra Voadora é a filha do Songoro Cosongo.
Também participou do projeto musical Trio Paquetamo. O nome é por conta da Ilha de Paquetá, onde adoravam levar as crianças aos domingos, indo e voltando tocando nas barcas.
Com a banda Saoko, em 2022, ganhou o edital Cultura Presente, realizando a circulação de cinco shows no estado do Rio de Janeiro. O artista também participa do projeto de circo Nopok, atuando como técnico de som e pesquisa de trilha sonora, além de criar algumas músicas para os espetáculos do grupo.
Alexis tem envolvimento com o MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores) e realiza trabalho com cestas orgânicas no restaurante Raízes do Brasil, no bairro de Santa Teresa.
Sobre os desafios de ser um artista estrangeiro no Rio de Janeiro, Alexis comenta que pela falta de documentação de residência, não conseguiu registrar várias músicas de sua autoria.